quarta-feira, 13 de abril de 2011

Morte: o antônimo sinônimo da vida

A morte não é tão diferente da vida. Pelo menos, da vida que temos. Não nascemos por vontade própria, assim também não morremos - na maioria das vezes. Não temos controle das coisas que ficam após a morte, também não temos durante a vida, somos tão programados, tão robotizados, seguimos um ciclo mais ou menos inevitável de nascer, ir para a escola, trabalhar. Estudar mais para poder trabalhar mais. Dormir um pouco para poder estudar mais para trabalhar mais. Comer para poder estudar mais para trabalhar mais.
Depois de morto, nosso corpo já não pensa, nem vivo. Acreditamos no que lemos, ou no professor que acredita no que lê, ou ainda no nosso líder que acredita no que lê. Se bem que quase ninguém consegue decifrar corretamente esse código linguístico. Mesmo assim, acreditamos e lemos, ou apenas acreditamos no que os outros lêem.
O morto tem seu corpo consumido pelo tempo. Chega uma hora em que nada mais se aproveita. Assim também os vivos. O morto é esquecido pela maioria dos vivos. Os vivos também. Só prestam atenção quando nascemos e quando morremos. Morto, não muda o mundo. Vivo também não.
Por fim, o morto é um ser individualista que se tranca na sua própria caixa e se enterra nas profundezas, longe de tudo e de todos. O que dizer, então, dos vivos?